quinta-feira, 5 de julho de 2007

O que é Podcasting ?

por Antonio Farinaci

Se você ainda não sabe muito bem o que é podcasting, pode ser uma boa hora para aprender. Nos últimos meses, essa palavra, que descreve uma forma de circular arquivos de som em MP3 pela Internet, escapou dos círculos de "iniciados" e ganhou a atenção da imprensa.

Músicas, trechos de músicas, narrações, sons avulsos, entrevistas ou a mistura disso tudo em MP3 não são novidade na internet. A novidade trazida pelo podcasting é que, com ele, é possível, para um ouvinte, receber automaticamente as novas edições de um programa de rádio sem que tenha de visitar a todo o momento o site em que ele é produzido. A cada nova edição do programa, ou podcast, neste caso, o ouvinte é notificado e o programa é automaticamente baixado em seu computador.

Depois disso, é só escutar o podcast. No próprio micro ou num tocador portátil de MP3. Apesar do nome dessa tecnologia estar associada ao player iPod, da Apple, qualquer marca de tocador portátil de MP3 pode reproduzir um podcast (arquivo transmitido via podcasting). O lema do podcasting, aliás, é: "ouça seu programa favorito quando e onde você quiser".

Atraídos por essa promessa, só nos Estados Unidos, cerca de 11 milhões de ouvintes já compõem o público de podcasts, segundo artigo de John Markoff, repórter especial de tecnologia do The New York Times, publicado em abril. É um número comparável à população da cidade de São Paulo (10,4 milhões) e impressionante para uma tecnologia que não tem um ano de vida.

Para receber um podcast, basta que o ouvinte faça uma assinatura do programa que lhe interessa, adicionando o endereço específico da transmissão em seu software de podcast. O fato dessas assinaturas e programas serem gratuitos é outro atrativo do podcasting.

Em tese, o podcasting poderá transformar qualquer internauta num radialista. Hoje, gravar um programa de rádio em MP3 está ao alcance de qualquer pessoa que tenha um computador equipado com programas para edição de áudio, que também podem ser gratuitos, sem depender de concessões governamentais nem de equipamentos caros. O que ainda representa custo é a hospedagem dos arquivos MP3 em sites que permitam o download desse formato.

Feito e armazenado seu podcast, basta inscrevê-lo (gratuitamente) em sites como o "Podcast Alley" ou "Podcasting News", que oferecem serviço de busca para podcasts cadastrados, publicam rankings e mantêm fóruns para leitores da "comunidade" de produtores e ouvintes. O "Alley", por exemplo, tem mais de 5 mil podcasts inscritos e resenhados, e o "News" publica uma lista com os últimos 100 podcasts cadastrados.

O podcasting parece, por enquanto, uma utopia tornada realidade. Por um lado, ele dá liberdade para o ouvinte, que pode escolher o que ouvir, quando e onde. Por outro, amplifica o alcance de programas dentro de uma comunidade de ouvintes. Tudo isso, de graça.

A questão de direitos autorais também é um aspecto que enevoa o futuro do podcasting de programas musicais. Ao contrário do streaming, um podcast musical pode ser considerado uma forma de distribuição gratuita de música online, por ser, essencialmente, um download de músicas em MP3.

Para contornar essa interdição, muitos podcasts musicais, como o "Tracks up the Tree", incluem em sua programação apenas faixas promocionais que já estão na Web, oferecidas nos sites oficiais das bandas. Como, em geral, apenas grupos independentes ou de música chamada "alternativa" fazem isso, o podcasting tem se tornado um veículo desses estilos musicais.

Enquanto a "podosfera" (nome que se dá ao universo dos podcasts, com seus programas, criadores e ouvintes) ainda é um território livre, ela ainda serve de veículo a programas que se parecem muito a um produto irmão do podcast: o blog. O parceiro de Curry na criação do podcast, aliás, é ninguém menos que Dave Winer, o "pai" dos blogs e da tecnologia "xml" que está na base do podcasting. Linguagem de programação de páginas Web, que, no caso do podcasting, permite que um internauta seja avisado quando há novos programas no site.

Assim como acontece no universo dos blogs, em que imperam textos sobre a vida pessoal de seus usuários, a maior parte dos podcasts é composta por programas em que os apresentadores falam de suas próprias experiências. No "Dawn and Drew Show", segundo lugar no Top 10 de julho do site "Podcast Alley", um casal de ex-punks fala sobre sua vida doméstica num programa que pode chegar a quase uma hora de duração, sem interrupção e sem música.

Para se aventurar pela podosfera, é preciso ter um programa agregador (o mais popular é o iPodder) para fazer as assinaturas e o download dos podcasts, e de um programa que leia arquivos MP3, como o Windows Media Player, Winamp ou Real Audio, que servem para ouvir os podcasts efetivamente. A versão mais recente do iTunes (4.9), da Apple, condensa em si essas duas funções, permitindo fazer o cadastro, download e audição de um podcast sem necessidade de outro software. Todos esses programas podem ser copiados da Web gratuitamente.

Para produzir seu próprio podcast, é preciso ter um kit multimídia completo, com placa de som, microfone e caixas de som (ou fones de ouvido). Além disso, é necessário ter um programa de gravação e edição de áudio em seu computador. Alguns kits multimídia já vêm um programa para isso. Senão, é possível encontrar na Web programas gratuitos, como o Audacity, que permitem capturar sons, editá-los e exportar em formato MP3.

Fonte: http://musica.uol.com.br/ultnot/2005/07/29/ult89u5843.jhtm

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