terça-feira, 7 de agosto de 2007

O que é Alquimia ?

A palavra Alquimia vem do árabe, Al-Khemy, que quer dizer "a química". Sua origem perde-se no tempo, apenas sabemos que existiram alquimistas na China milenar, bem como na Índia. Mas para nós ocidentais, o berço da alquimia é o Egito. No começo da era Cristã, na cidade de Alexandria, foi que a alquimia tomou as feições que até hoje conserva.

A alquimia, mesmo na sua fase áurea, pode ser considerada como uma meia ciência; teve muitos adeptos, homens e mulheres, que foram laboriosos e brilhantes. Infelizmente, existiram também, refinados trapaceiros. A alquimia envolvia-se num manto de mistério. Porém, todo alquimista, tinha 3 objetivos: transmutar ou transformar metais vis, como ferro e chumbo, em ouro (pedra filosofal); curar as doenças e prolongar indefinidamente a vida (elixir da vida).

O legado da alquimia serviu de base para a ciência autêntica que é a química hoje. Diversos processos químicos importantes já eram conhecidos séculos antes da alquimia atingir um estágio acerca do qual temos muitas informações. Trabalhos com tinturas e com metais eram fitos na Caldéia e no Egito a 2000 a.C.. Fabricava-se e coloria-se com perfeição o vidro, sendo empregado inclusive para imitar pedras preciosas.

Os alquimistas, herdeiros dessa rica herança, coziam e misturavam, combinavam e separavam, testavam e reexaminavam - sempre na busca da pedra mística. Os experimentos eram muito bem planejados e as vezes demorava ano para o término e nova frustração.

Alguns historiadores afirmam que eles realizavam experiências tão complexas quanto a dos químicos atuais. Seus métodos acompanhavam um modelo ordenadamente disposto e que abrangia 12 operações diferentes (destilação, filtração, etc). Visando preservar os seus segredos, os alquimistas escreviam seus documentos não com palavras mas com símbolos cabalísticos.

O ramo sério da alquimia abrangia grandes intelectuais da época. Alberto Magno (1193-1280), e seu discípulo Tomás de Aquino foram autores de muitos trabalhos eruditos sobre a natureza. Conta-se que Alberto Magno afirmava poder transformar um dia de inverno num dia de primavera ou até mesmo de verão, de uma hora para outra. Uma lenda narra que Tomás de Aquino deu vida a uma estátua; depois, julgando-a inteligente em demasia, despedaçou-a.

Outro alquimista importante foi Bernardo Trevisan. Nascido em 1406, filho de uma distinta família de Pádua (norte da Itália), cresceu escutando as histórias do avô sobre a grande investigação dos alquimistas e tornou-se alquimista. No interior escuro de um velho laboratório cheio de fornos, cadinhos, alambiques e vários tipos de folhas se inclina um velho (B. Trevisan) dedicado a endurecer 2000 ovos de galinha num enorme caldeirão de água fervente. Coloca cuidadosamente as cascas e as apilas em uma grande panela, esquenta-as numa chama suave até que se tornem brancas como a neve. Enquanto isso seu colaborador separa as claras das gemas e submete a putrefação, tudo isso em esterco de cavalo branco. Durante 8 anos, os estranhos produtos são destilados e redestilados para extrair um misterioso líquido branco e um azeite roxo, os quais Trevisan chamava de "dissolventes universais" e com os quais queria lograr a descoberta da "pedra filosofal". Mas no dia da prova definitiva, assim como para outros alquimistas que tentaram, novo fracasso. A pedra dos alquimistas não converteu um só dos metais comuns em ouro.

Após 3 anos depois da morte de Trevisam nasce um importante alquimista da história, o qual foi o marco decisivo da virada da alquimia para a química, foi Paracelso (Philipus Aureolus Theofrastus Bombastus von Hohenheim Paracelsus, 1493-1541). Filho de um médico Suíço e ele mesmo professor de medicina, alem de alquimista. Conta-se que certa vez Paracelso queimou os antigos livros de medicina de Galeno e de Avicena, diante de uma turma de estudantes, em sinal de protesto contra as falsas premissas contidas nestas obras. Ele insistia em que os alquimistas deveriam desistir de procurar ouro e passassem a preparar remédios que ajudassem a curar as doenças.

Paracelso rejeitava a ciência médica clássica, dizia não ver utilidade nos conhecimentos acumulados anteriormente. Essa rejeição levou-o na direção dos saberes não-reconhecidos pela esfera da cultura de sua época. Foi muitas vezes chamado de louco, e nunca teve seus livros publicados pois nenhuma editora o aceitava.

Por 10 anos Paracelso viajou pela Europa, matriculando-se e estudando nas melhores escolas daquela época. Tornou-se famoso e foi o introdutor da aplicação do ópio, compostos de mercúrio, enxofre, ferro e arsênio como medicamentos. Foi ele quem colocou os pesquisadores em um novo rumo. Depois de suas idéias os alquimistas passaram a serem conhecidos como iatroquímicos, sendo iatro a forma combinada da palavra grega que significa médico.

Os alquimistas foram com freqüência chamados de apóstolos da superstição. Mas não devemos esquecer que sem suas corajosas tentativas de resolver os mistérios da matéria a química talvez nunca tivesse nascido. Alguns dos aparatos e utensílios que constituem as ferramentas dos químicos de nossos laboratórios científicos, foram introduzidos inicialmente pêlos alquimistas: capela, redoma de destilação, o banho Maria, a balança na sua forma mais primitiva, entre outras colaborações.

Fonte: http://www.iq.unesp.br/extensao/alquimia/

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