Mas é coisa para alguns anos. Por enquanto, é demorado. A ‘impressão’ de uma peça é coisa para ficar cozinhando a noite toda.
Cozinhando, pois é. Essas impressoras funcionam da seguinte maneira. Os ‘cartuchos’ são um estoque de plástico em pó. O computador envia para a máquina um modelo em três dimensões do objeto a ser moldado, o forno da impressora vai derretendo o plástico de camada em camada. Quando a faixa de baixo está seca, recebe mais uma demão por cima. Ao fim do processo, uma cópia do objeto está pronta.
Os primeiros clientes da Desktop Factory, que produz essa primeira versão a baixo custo de impressora 3D, são empresas de design. Elas precisam, com freqüência, construir modelos daquilo que já produziram no computador. Uma maquininha dessas quebra um galho.
Para o cliente residencial, em dez anos, talvez em 15, será uma revolução de outra ordem, que promete um impacto violento no cotidiano. Os objetos produzidos são todos de plástico, entenda-se. Mas cá vai um exemplo de utilidade.
A tampa de um controle remoto. Aquela mesma que desliza e que às vezes fica frouxa após duas ou três quedas. Pois bem, não é preciso trocar o controle ou amarrar a tampa com fita adesiva. Basta ir ao site do fabricante, baixar o projeto da tampa num arquivo 3D, e produzir o objeto em casa. Tampa substituída, tudo resolvido.
Modelos de avião para pintar e montar. A Boeing pode ter o seu novo modelo em versão para crianças – é só reduzir do projeto inicial, faz boa política de relações públicas. Ou, então, o arquiteto poderá imprimir uma maquete da casa que pretende construir para apresentá-la a seus clientes potenciais.
Utensílios de cozinha. Armação de óculos. Passe os olhos pela sua mesa, que objetos são feitos de plástico ou poderiam ser plásticos? Está lá um objeto que poderá ser produzido em casa, em algum momento não tão distante, no futuro.
Produzir objetos ou esculturas, por outro lado, exigirá uma nova gama de talentos, softwares e equipamentos dos usuários. Assim como câmeras digitais vieram mais ou menos ao mesmo tempo em que chegaram novas impressoras ao mercado, o mesmo acontecerá com o mundo das três dimensões.
Hoje, confeccionar um cubo não é elementar, coisa do tipo que se aprende em dois segundos, em qualquer programa de arquitetura ou design. Algo além de um cubo é ainda mais difícil. Mas programas melhorarão. Os tais scanners, virão.
Não faz cinco anos, essas máquinas custavam mais de US$ 100 mil. Esse é o tamanho da redução de custos.
A maior parte dos usos definitivos não está imaginada nesta coluna. Com tecnologia é assim. É só quando o produto de fato existe e está nas mãos das pessoas que descobrimos para o que mesmo serve. O certo é: há uma nova revolução dobrando a esquina.
Fonte: http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=10916
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