terça-feira, 26 de junho de 2007

Caixa restringe acesso à internet


Nova política de acessos prevê navegação controlada a mais de 80% dos funcionários. Do total de 74 mil funcionários, 14 mil gerentes são responsáveis por determinar o que seus subordinados podem ou não navegar.

por
Camila Fusco

Empenhada em aumentar a produtividade de seus funcionários e aliviar o tráfego de informações em suas redes, conforme atesta, a Caixa Econômica Federal (CEF) colocou em prática uma nova política de navegação na internet. Há duas semanas, cerca de 60 mil de seus 74 mil funcionários têm acesso controlado a websites, podendo navegar livremente apenas por páginas com extensões “gov.br”, “edu.br” e “org.br”.

Segundo Jeter Ribeiro, gerente nacional de políticas de gestão de pessoas, foram definidos perfis de uso para os funcionários. Entre as páginas já liberadas para todos os funcionários estão 31,5 mil páginas com as extensões indicadas. Os 14 mil gerentes empregados na companhia têm acesso livre à rede e autonomia para liberar as páginas que consideram necessárias para as atividades profissionais de seus subordinados.

“A decisão de liberar o acesso é descentralizada e depende mesmo de cada gerente, que poderá acatar ou não o pedido de sua equipe. Ele fica encarregado de entrar no sistema do RH – que concentra tais decisões – e ampliar o acesso do usuário”, informa. As permissões de acesso a páginas da internet são identificadas imediatamente que o funcionário faz o login na máquina.

De acordo com Ribeiro, a Caixa vinha realizando estudos ao longo do tempo para basear seu projeto de disciplina do uso da web, mas não existia uma política formal de utilização da rede para seu parque de mais de 120 mil computadores. “Existiam alguns bloqueios pontuais feitos pela área de TI conforme se descobria códigos maliciosos. Mas, mesmo assim, existia um volume muito grande de uso de recursos de internet”, comenta.

Entre os sites mais acessados, segundo essas pesquisas, estavam páginas de e-mails pessoais, lojas virtuais e sites com notícias esportivas. Não havia restrições também a programas de compartilhamento de arquivos peer-to-peer, o que permita o download de imagens, música e vídeo. A partir dessas constatações, então, houve a decisão da administração da CEF de criar uma política de trabalho que autorizasse o acesso somente para fins profissionais.

“Outra razão está relacionada à questão da segurança da informação. Como o acesso de mais de 120 mil máquinas era totalmente aberto para a navegação, havia possibilidade de recebermos ataques”, destaca. Entretanto, a utilização de mensageiros instantâneos tradicionais já era proibida há cerca de dois anos. Para melhorar a comunicação interna, no início do mês a CEF colocou em operação o Mensageiro Caixa, comunicador criado em software livre e que permite a interação de funcionários de todo o país.

A política de acesso foi comunicada formalmente e assinada pelos funcionários no início do mês, pouco antes das novas diretrizes entrarem em vigor. De acordo com Ribeiro, as regras funcionais prevêem inclusive penalidades pelo descumprimento das regras, que será verificado durante as auditorias internas.

Fontes informaram ao COMPUTERWORLD, no entanto, que até o momento a política tem prejudicado as atividades profissionais inclusive de algumas áreas, como as de redes e mainframes que não conseguem ainda acessar, por exemplo, manuais técnicos disponíveis em páginas de fornecedores como Cisco e IBM. De acordo com Ribeiro, porém, ajustes estão sendo feitos gradualmente para solucionar casos assim.

Desde que a política foi implantada, na primeira quinzena de junho, a CEF já registrou declínio de cerca de 60% no download de arquivos, aliviando a rede. “Vemos que a banda da CEF aumentou, especialmente diante do fato de que boa parte do consumo não era para atividade produtiva”, assinala.

Como se poderia imaginar, as reações contrárias à polícia não foram poucas. Vários e-mails já chegaram ao departamento de RH com solicitações de liberação. No entanto, o procedimento da área tem sido de encaminhá-los diretamente para o gestor responsável por aquele funcionário.

“A reação tem sido muito grande especialmente porque as pessoas criam hábitos. De ler jornal, acessar um ou outro site pessoal. Enfim, é uma situação que causa desconforto, mas a empresa tomou a decisão baseada em produtividade e para diminuir o uso de recursos para fins particulares”, resume.

Projeto piloto de inclusão

Ao mesmo tempo em que estabeleceu a política de restrição de acesso, a CEF também está testando um projeto para liberar parcialmente a navegação em terminais distribuídos pelas várias áreas e andares do banco para as horas vagas.

A iniciativa piloto está em vigor em Brasília e disponibiliza 47 computadores com software livre para navegação parcialmente liberados. Um exemplo disso é que o acesso a páginas de e-mails pessoais não é autorizado. As máquinas ficam distribuídas por vários andares dos dois prédios da instituição.

“Como disse é um projeto piloto e vamos ter mais duas ou três semanas para avaliação. Dependendo do volume de uso e de como as pessoas estão percebendo a iniciativa, vamos estender ou não”, conclui.

Fonte: http://www.channelworld.com.br/computerworld/mercado/2007/06/26/idgnoticia.2007-06-26.6771531405

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