sábado, 8 de setembro de 2007

O que é ODF ?


O OpenDocument Format (ODF) é um conjunto de formatos de arquivos para aplicações de escritório (edição de texto, planilhas, apresentações de slides, banco de dados, manipulação de imagem, etc) desenvolvido para estabelecer um padrão de mercado. Dessa forma, a distribuição desses documentos se torna muito mais prática, já que basta a utilização de programas compatíveis, independente de sistema operacional. Assim sendo, este artigo apresentará as características mais importantes do OpenDocument Format e mostrará quais suas vantagens.


O padrão OpenDocument Format

Ao ouvir a pergunta "o que é OpenDocument Format?" ou simplesmente "o que é ODF?", não é difícil alguém responder "é o formato dos arquivos do OpenOffice.org”. A resposta não está errada, mas incompleta: a idéia é que o ODF seja suportado pelos mais diversos aplicativos de escritório, não se limitando a um ou a outro.

Tendo como nome original OASIS Open Document Format for Office Applications, o ODF surgiu por iniciativa da OASIS (Organization for the Advancement of Strutured Information Standarts), um consórcio internacional criado com o intuito de desenvolver e promover padrões para formatos digitais, especialmente para utilização na Web. A base do ODF é um esquema XML inicialmente criado por desenvolvedores do OpenOffice.org.

O ODF 1.0 foi aprovado em 1° de maio de 2005, recebendo a homologação ISO 26300, atestando sua qualidade. Por se tratar de um padrão livre, qualquer software pode implementá-lo. Para incentivar esse prática e para aperfeiçoar o padrão, em março de 2006 foi criado a ODF Alliance, tendo como membros diversas companhias e entidades, dentre as quais: Corel, BrOffice.org, EDS, IBM, KDE, Mandriva, Novell, Oracle, Exército Brasileiro, Red Hat, phpMyAdmin, GNOME, Bull, entre outras.

Tipos de arquivos em ODF

Como já dito, o ODF tem como foco aplicações para escritório, isto é, editores de texto, planilhas de cálculo, apresentações de slides, bancos de dados, manipuladores de imagens, enfim. Assim, é conveniente conhecer os tipos de arquivos que formam o ODF. Para isso, a relação abaixo associa o tipo de aplicação à extensão usada:

  • .odt Texto
  • .ods Planilha de cálculo
  • .odp Apresentação de slides
  • .odb Banco de dados
  • .odf Fórmula matemática
  • .odg Gráfico
  • .odi Imagem

Há também extensões específicas para templates, isto é, documentos que servem como modelos:

  • .ott Texto
  • .ots Planilha de cálculo
  • .otp Apresentação de slides
  • .otg Gráfico

Vale frisar que os tipos de arquivos ODF não se limitam a estes.


Estrutura de um arquivo ODF

Quando um documento em ODF é criado, na verdade, um conjunto de arquivos e pastas o constitui. Eis os principais:

  • content.xml - arquivo que armazena o conteúdo do documento criado pelo usuário;
  • meta.xml - armazena os meta-dados do documento, ou seja, informações como autor, data de modificação, quantidade de palavras, etc;
  • styles.xml - contém estilos para o documento, por exemplo, formatações específicas para parágrafos e listas;
  • Pictures (pasta) - diretório que armazena as imagens do documento.

Esses e outros arquivos/diretórios são “juntados” para formar um documento único no final. É óbvio que os arquivos e pastas aplicados variam conforme a extensão trabalhada, mas o princípio vale a praticamente todos os formatos do ODF.


Razões para usar o ODF

OpenOffice.org: gratuito e disponível para diversos sistemas operacionais, já suporta ODF

A adoção de padrões abertos tem muitas vantagens, do contrário, organizações como a OASIS não existiriam. Imagine, por exemplo, que autoridades de um país têm dificuldades em transmitir documentos ao governo de outra nação porque este utiliza formatos diferentes. Oras, basta que ambos os lados utilize o Microsoft Office, não? Mas não é bem assim.

O Microsoft Office (MS-Office) é um produto de qualidade, mas não é do interesse da empresa de Bill Gates ver aplicativos concorrentes trabalhando com seus formatos, pois assim os usuários teriam mais opções de pacotes de escritório. Embora muitas das ferramentas alternativas trabalhem com os arquivos do MS-Office, nem sempre isso ocorre de maneira eficiente.

Por outro lado, com a utilização de um formato aberto, os desenvolvedores sabem exatamente o que fazer para que seus softwares sejam compatíveis com o padrão. Com isso, os documentos sempre se comportarão da mesma forma, independente do aplicativo (compatível) usado para manipulá-lo.

Além disso, o padrão aberto possibilita resultados de maior qualidade, já que um número maior de entidades participa de seu desenvolvimento, aumentando os critérios de avaliação e segurança. Isso ocorre porque as instituições envolvidas querem melhor desempenho, comunicação mais eficiente, maior proteção e uso inteligente de recursos computacionais. É difícil assegurar isso quando apenas uma empresa cuida de tudo.

Além disso, há outros aspectos a se considerar: cada empresa utiliza plataformas que atendem as necessidades de seus negócios, mas o mercado exige comunicação e interoperabilidade. É trabalhoso preparar versões específicas de um documento para que Fulano, Beltrano e Cicrano possam abrir sem problemas.

Vamos a um exemplo mais próximo da realidade: imagine que um redator que utiliza apenas Linux. Certo dia, ele recebeu uma planilha de cálculo complexa feita em MS-Excel, mas o documento não abriu corretamente no OpenOffice.org devido a quantidade de recursos usados no arquivo. Como ele não quer gastar uma fortuna comprando uma licença de Windows e depois uma licença do MS-Office, o redator é obrigado a incomodar um vizinho que use esse sistema. Culpa do OpenOffice.org, que não consegue abrir um documento mais complexo do Excel? Não, pois os formatos da Microsoft são fechados, ou seja, só a empresa sabe ao certo como são constituídos. Por causa dessa limitação, os desenvolvedores do OpenOffice.org (e de outras suítes de escritório) não conseguem garantir 100% de compatibilidade, por mais que se esforcem.

Imagine então o que aconteceria se uma empresa que sempre trabalhou com um padrão pouco conhecido se visse forçada a usar outra solução porque a fornecedora da primeira faliu? O que fazer para acessar os documentos criados até então, visto que o novo conjunto de software é incompatível com o padrão anterior?

Daí já é possível ver as vantagens dos formatos abertos, como o OpenDocument Format. Em resumo, padrões abertos se preocupam com interesses globais. Padrões fechados se preocupam apenas com os interesses de quem o desenvolve.

Softwares compatíveis com ODF

O número de softwares compatíveis com OpenDocument é cada vez maior. Isso é muito positivo, pois quanto mais um padrão for conhecido, mais compatibilidade ele encontrará no mercado. A lista a seguir mostra os principais softwares que trabalham com ODF, mesmo que parcialmente. Uma lista completa e atualizada:

Programas de escritório:

  • OpenOffice.org;
  • Abiword;
  • StarOffice;
  • KOffice;
  • IBM Workplace;
  • 602Office.

Aplicativos on-line:

  • Writely;
  • AjaxWrite;
  • Google Spreadsheets.

Outros:

  • phpMyAdmin (exporta em formato .odt);
  • Copernic (capaz de indexar arquivos ODF nas pesquisas).

Padrão ODF será Oficial no Brasil ?

O padrão Open Document Format (ODF), já formalizado internacionalmente pela ISO para planilhas e documentos no final do ano passado, também será oficializado como norma brasileira (NBR).

Segundo Eugenio Guilherme Tolstoy De Simone, diretor de Normalização da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o trabalho de preparação está em andamento e a previsão é que dentro de três meses já esteja pronto para o lançamento no País.

A norma brasileira para ODF será inspirada na ISO/IEC 26.300. O padrão internacional propôs que, para abrir e usar arquivos de computador, os usuários não ficarão dependentes de um único produto.

O ODF atualmente é defendido por empresas e organizações como Red Hat, Novell, 4Linux, ODF Alliance, IBM, Sun Microsystems, Corel, entre outras. Apoiadores do padrão têm travado uma verdadeira batalha contra o OpenXML, idealizado pela Microsoft. Isso porque, alegam, quanto mais padrões existirem para um determinado tema, maior é a complexidade e o investimento desnecessário. “A Microsoft tem defendido o lema do: ‘quanto mais padrão melhor’, mas a história não tem mostrado que isso é bom. Quem tem dois padrões, na verdade não tem padrão nenhum”, comenta Jomar Silva, diretor do capítulo nacional da ODF Alliance.

“Costumo comparar com o padrão de energia elétrica no Brasil, o 110V e o 220V. Imagine que você more em um lugar onde só utilize o 110V e sempre que comprar eletrodoméstico vai pagar também por um conversor de voltagem. Na prática isso mostra que não são poucos os casos de consumidores que compraram um equipamento junto com seu eletrodoméstico e não usaram. É o mesmo caso de ter vários padrões nos documentos”, ressalta.

Na primeira etapa do processo da ISO, entretanto, não houve aprovação do OpenXML. O padrão não atingiu os 66,6% de votos favoráveis e menos de 25% de rejeição, conforme era necessário. A Microsoft, porém, não considera o resultado uma derrota, porque esta “não é uma etapa decisiva”, em sua avaliação.

Fonte: http://www.infowester.com/odf.php

http://computerworld.uol.com.br/

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